Pesquisa “Nós, jovens Brasileiros 2012”, oitava edição do projeto desenvolvido pelo Portal Educacional, contou com a participação de quase 3,5 mil estudantes em todo o Brasil e revela jovens conscientes, mas ainda com muitos aspectos a serem melhorados Fonte: Assessoria
Como o jovem brasileiro está se relacionando com os riscos no sexo, no uso de álcool e drogas, na Internet e nas diversas formas de violência? Estes foram os temas da oitava edição do projeto “Este jovem brasileiro”, desenvolvido pelo Portal Educacional (www.educacional.com.br) para entender os pontos de vista e o comportamento dos adolescentes. Em 2012, 3438 alunos da 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e Ensino Médio (13 a 17 anos) de 61 escolas particulares de todo o País responderam anonimamente à pesquisa, e o resultado geral mostra que os jovens estão mais conscientes, mas há muitos aspectos que podem ser melhorados.
A novidade da edição 2012, “Nós, jovens brasileiros”, foi que os estudantes foram envolvidos desde a primeira etapa do projeto, elaborando as perguntas para o questionário da pesquisa. Na fase sucessiva, os alunos analisaram e interpretaram os dados, que depois foram comentados pelo Dr Jairo Bouer, médico especializado em psiquiatria e sexualidade e parceiro do projeto.
“Muito legal perceber que a
galera elaborou perguntas de alto nível, coerentes com o que o próprio jovem
quer saber sobre sexualidade, violência, internet e álcool e drogas. É só
encarando essas questões que conseguimos entender melhor o que estamos fazendo
em relação a elas e qual a melhor forma de tomar atitudes mais conscientes e
seguras”, comenta Bouer.
O primeiro tema foi o consumo
de álcool e drogas. Entre os entrevistados, 72% dos participantes já beberam
pelo menos uma vez e que quase 9% o fazem com freqüência. Apesar da proibição
por lei, 62% responderam já ter freqüentado locais que vendem bebidas para
menores. Quanto às drogas, quase 34% relataram que amigos e conhecidos já lhe ofereceram
9% já usaram, 6% tem inclinação a experimentar e 85% disseram não ter vontade
de fazê-lo.
Para evitar a exposição e o
consumo de bebidas e drogas, a maior parte dos jovens acredita em campanhas de
conscientização e leis mais rigorosas. Eles também apontam soluções como evitar
veiculação na mídia e oferecer oportunidades de trabalho e estudo para que os
jovens não sejam levados a traficar. Perguntados sobre a legalização da
maconha, 45% acha viável, com a ressalva que metade só aprovaria para uso
médico, enquanto 55% não considera esta uma alternativa factível.
Quando se trata de usar a
Internet, a pesquisa mostra que embora a maioria dos entrevistados seja
bastante cuidadosa, uma parcela significativa tem comportamentos que comportam
riscos, e que fenômenos como dependência e perda de controle sobre o tempo de
uso são cada vez mais comuns.
Cerca de metade dos jovens diz
usar a Internet de duas a quatro horas por dia, enquanto 23% passam mais de
cinco horas por dia navegando, e embora a maioria ache que é possível fazer uso
da internet sem que ela afete a vida social, 32% acreditam que afete seu
período de sono. A maior parte dos entrevistados respondeu que seus pais não
controlam seu uso da rede e não têm conhecimento sobre todo o conteúdo
acessado, e 8% disseram gastar seu dinheiro na rede sem autorização dos pais.
A exposição de imagem na Web é
um ponto que merece mais atenção. Quase 20% dos entrevistados disseram que
mandariam fotos para pessoas que conheceram na internet; 6% deles já apareceram
nus ou seminus em fotos na rede; 6% já mostraram partes íntimas do seu corpo
para desconhecidos por meio de webcam e outros 3% já pensaram em exibir-se
dessa forma, mas não puseram isso em prática. Além disso, quase 14% já passaram
informações pessoais em sites de bate-papo.
Os resultados também comprovam
que a Internet se tornou definitivamente um ponto de encontro para os jovens:
28% já encontraram na vida real pessoas que conheceram na rede, e outros 20% já
tiveram envolvimento amoroso via Internet. Cerca de metade não conhece
pessoalmente todos os seus contatos das redes sociais. Um dado que merece
atenção é que 20% deles já criaram perfis falsos para conhecer gente ou
bisbilhotar na rede. Um quarto dos entrevistados já praticou bullying virtual e
12% já foram vítimas disso.
A pesquisa aponta que a
violência está bastante presente na vida dos jovens, e que seus principais
motores são a influência dos amigos e a infelicidade pessoal. Entre os
entrevistados, 18% já sofreram algum tipo de violência em casa e 54% relataram
que seus pais batiam ou ainda batem neles, enquanto 23% diz já ter sofrido
algum tipo de violência na escola – com o bullying e brincadeiras inadequadas
dos amigos sendo indicados como principais causas.
A agressividade é apontada por
10% dos participantes como forma de ajudar a resolver problemas, e 46% deles
acham que, dependendo da situação, ela pode ser necessária. Mais da metade
(52%) já cometeu atos de violência, a maior parte deles, raramente ou em uma
única situação. Os principais motivos alegados foram provocações repetidas,
ofensas e ameaças, nesta ordem.
Em relação ao bullying, 48%
dos jovens afirmaram que se o sofressem contariam para pais ou responsáveis,
21% deles pediriam ajuda dos amigos e 22% revidariam a agressão. Questionados
sobre o preconceito e a violência contra os homossexuais, embora 90% não
concordem, 10% dos entrevistados acham que cada um tem direito a ter o
preconceito que quiser. Em relação à violência sexual, a pesquisa revela que
18% conhecem alguém que já sofreu violência sexual, e 1% diz já ter sido
vítima.
Um dado preocupante que vem à
tona é que quase 15% dos jovens que concederam entrevista já cometeram algum
tipo de autoagressão (automutilação, cortes propositais e vômitos provocados),
enquanto 7% já pensaram em fazê-lo – um padrão de comportamento que pode estar
ligado a quadros de depressão e de maior risco de tentativa de suicídio e que
indica necessidade de ajuda especializada.
O quarto tema abordado foi
sexualidade. Quase um terço dos entrevistados (32%) acha que “sexo é só sexo
mesmo”, feito por prazer, e 46% consideram que o ato tem relação com amor. A
maioria dos jovens dizem não ter feito sexo (77%), e entre os 23% que já
fizeram, o pico é entre 14 e 16 anos. A maior parte não faria sexo logo no
primeiro encontro, mas 27% admitem essa possibilidade. Quase 9% disseram ter já
praticado sexo virtual.
A maior parte dos jovens tem
vergonha de falar com os pais sobre o sexo, e só 26% contariam a eles que o
fizeram. Apesar disso, os pais e familiares continuam sendo as principais
fontes de informação, e depois, os amigos.
Entre os jovens que já fizeram
sexo, a maioria diz usar camisinha sempre, mas alguns afirmam que não usam
sempre “porque incomoda”, e outros admitem que não usam nunca. Em caso de
gravidez, 80% dos jovens revelaram que recorreriam à ajuda dos pais, e 10%
disseram que fariam aborto. Quanto à orientação sexual, 5% dos jovens já
ficaram indecisos. Questionados sobre o que fariam em caso de abuso sexual, 95%
dos entrevistados responderam que tomariam algum tipo de atitude, como procurar
e polícia, fazer algo contra o agressor ou, ainda, buscar ajuda psicológica e
médica. No entanto, 5% ficariam calados, por medo ou vergonha.
O projeto “Este Jovem
Brasileiro” é realizado pelo Portal Educacional desde 2006, fornecendo dados
que ajudam as escolas a entender melhor seus alunos e a trabalhar temas
fundamentais para essa geração. Nas sete edições anteriores, mais de 80 mil
estudantes de todo o Brasil já estiveram envolvidos, ajudando a traçar o perfil
do jovem brasileiro com relação a temas como comportamento de risco, valores e
atitudes, relações familiares, sexualidade, álcool, relação com a Internet e
saúde.
Em 05 de dezembro de 2012
Em 05 de dezembro de 2012
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